quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Eles fedem? Pode ser.

Estava eu no início da minha vidinha acadêmica, feliz da vida por ter ingressado na Uerj, quando passei pela Rua Felipe Camarão na altura da Praça Maracanã, com aquela pressa de estudante que mora longe da Universidade e que está sempre atrasada. Foi quando um moleque de mais ou menos nove anos atravessou o meu caminho. Longínquo caminho do ponto de ônibus até a Universidade ,diga-se de passagem.

Eu levei um susto, mas ele nem olhou direito na minha cara e disse, meio grogue: "Aí colega, dá uma moeda aí. É para comprar um negócio pra comer". Eu, sem pestanejar, respondi: “Não tenho!”. E disparei rumo à aula, me borrando de medo do garoto ir atrás de mim e se vingar do meu “não”.

Passados um ano e meio de constantes “idas” e “vindas” da minha casa para a aula e da aula para o curso de Inglês, notei que pouca coisa mudou no cenário Vila Isabel -Maracanã. As crianças sujas, fedidas e grogues carregando uma garrafa pet (sabe-se lá com o que dentro) debaixo do braço continuam nas mesmas esquinas. Pedindo dinheiro para comprar “coisas para comer”, o que a gente sabe que infelizmente não é verdade.

E o pior é que a situação na qual vivem esses menores não impressiona mais ninguém. Mas me indagou. Quis saber quais as medidas tomadas pela Secretaria Municipal de Assistência Social para o acolhimento delas, se há algum projeto específico para crianças químico-dependentes, de onde elas vem entre muitas outras coisas.
Isso virou uma matéria que estará disponível no site www.noticiasdavila.uerj.br a partir do dia 17/09. Confira!